Vivendo no Antropoceno: o Design e a Arte lidando com os modos de uma Época Impossível

Guilherme Englert Corrêa Meyer

Resumo


Os terríveis números do Antropoceno representam parte de uma crise que é a culminação de muitos anos de atividade humana na terra. Dificilmente é rejeitado o argumento de que tal crise requeira uma radical mudança nos rumos da humanidade. Tal mudança implica uma reflexão sobre o tipo de ethos e de sensibilidade capazes de possibilitar outros modos de vida. Muitas leituras do Antropoceno entendem ser este o desafio que a humanidade tem a enfrentar. Iniciativas de teóricos e profissionais de variadas áreas vêm se ocupando dessa intrincada questão. Neste artigo nos reportamos a projetos realizados no design e nas artes e refletimos sobre como eles têm registrado certos episódios do Antropoceno. A análise dos projetos sugere a importância de uma articulação ambivalente entre diferentes temporalidades e espacialidades; a criação de possibilidades para que se desdobre dos dados algo de sua dimensão obscura; o entrelaçar de aspectos naturais e culturais; uma crítica sobre as referências adequadas para se acionar outros modos de produção de dados. Essa reflexão contribui nas discussões sobre como tratar os episódios do Antropoceno, e sobre como o design e a arte podem auxiliar no desafio de viver em uma época impossível. 


Palavras-chave


Antropoceno; Design; Registro; Sensibilidade.

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DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v28i2.987

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